SANTA TERESA: UM POLO DE PESQUISA PARA A MASTOFAUNA NA MATA ATLÂNTICA

2021
Apesar de mamiferos serem um dos grupos de organismos mais estudados, existem poucas regioes neotropicais devidamente inventariadas. No Brasil, esse padrao e evidente, apresentando grandes lacunas espaciais e temporais e poucas areas bem amostradas. Uma dessas regioes e o municipio de Santa Teresa, no Espirito Santo, com 32% de Mata Atlântica restante e tres areas protegidas. O municipio e destaque em estudos da mastofauna devido a presenca do Museu de Biologia Professor Mello Leitao (MBML), criado em 1949 e atualmente incorporado ao Instituto Nacional da Mata Atlântica. No entanto, Santa Teresa ainda nao possui uma lista completa de especies. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi levantar informacoes sobre o atual conhecimento dos mamiferos do municipio de Santa Teresa, destacando-se a sua potencialidade para a conservacao. Utilizamos dados de colecoes cientificas e de literatura para avaliar padroes e tendencias dos registros de mamiferos no municipio. Os dados foram organizados de acordo com a ordem taxonomica, especie, primeiro e ultimos anos de coleta, tipo de fonte e, ainda, informacoes sobre endemismo para a Mata Atlântica e situacao de ameaca para o Espirito Santo. No total foram levantados 3015 registros, sendo 1585 de literatura e 1430 de colecoes cientificas. Destas, o MBML e a Colecao de Mamiferos da UFES sao as mais expressivas, com aproximadamente 66% e 31% dos registros, respectivamente. Foram identificadas 123 especies de mamiferos silvestres e 3 especies exoticas, em nove ordens, sendo Chiroptera e Rodentia as mais representativas. Essa riqueza corresponde a 16% da diversidade dos mamiferos brasileiros, podendo ser maior, uma vez que a curva de acumulacao de especies nao atingiu a assintota. Aproximadamente 21% das especies sao endemicas da Mata Atlântica, com destaque para Primates e 15% das especies estao ameacadas em nivel estadual. Os primeiros registros foram realizados em 1905 e, a partir de 1989 a quantidade de especies registradas dobrou, devido principalmente a maior periodicidade das amostragens. Sendo assim, destacamos a importância de Santa Teresa para o conhecimento da mastofauna e para tomada de decisoes a respeito da conservacao desse grupo, exaltando como um polo de pesquisa. Entretanto, ainda existem lacunas explicitando a necessidade de levantamentos novos e constantes. Por fim, para implementar politicas de conservacao, sugerimos que pesquisas adicionais para ordens e topicos negligenciados sejam encorajadas e compartilhadas para impulsionar o conhecimento da diversidade de mamiferos da regiao, por meio de novas expedicoes cientificas, preenchendo, assim as lacunas de conhecimento apontadas. Palavras-chave: Lacuna de conhecimento. Lista de especies. Mata Atlântica. Mammalia.
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