Fenologia foliar da floresta Amazônica de terra firme por imagens digitais RGB

2015
A fenologia foliar tem sido apontada como vetor da sazonalidade da capacidade fotossintetica do dossel florestal e do fluxo de carbono na Amazonia Central. O monitoramento visual a partir do chao e demorado e dificil, sobretudo, contra um ceu nublado. Mudancas sazonais nos indices de vegetacao obtidos por sensores orbitais tem sido questionados devido a tendencias sazonais no ângulo de iluminacao solar. Câmeras RGB montadas em torres sao uma atrativa opcao. A coordenada cromatica verde (GC = brilho no canal verde dividido pela soma do brilho dos tres canais RGB) tem sido empregada para este proposito. Entretanto, sutis mudancas sazonais no GC das florestas tropicais em escala de paisagem podem ter menor amplitude do que os artefatos relacionados com o balanco de cores, tamanho da sombra das copas, ângulo de iluminacao, velocidade de exposicao e deriva do sensor. Alem disso, mudancas graduais no GC sao afetadas tanto pela idade das folhas quanto pela quantidade de folhas. Mesmo assim, mudancas abruptas e de grande amplitude no GC ocorrem em escala de copas individuais e podem ser atribuidas com confianca a eventos de massiva emissao ou perda foliar. Nos analisamos um ano de imagens diarias obtidas por uma câmera RGB instalada a 50 metros acima do dossel florestal no sitio Observatorio de Torre Alta da Amazonia (59.00oW, 2.14oS), em um plato bem drenado. Nos minimizamos os artefatos mantendo o sol atras da câmera, aceitando apenas imagens de iluminacao difusa, dando peso igual a cada uma das copas e procedendo a intercalibracao radiometrica de todas as imagens selecionadas contra uma imagem padrao. Para cada uma das 267 areas de copas individuais, nos entao preparamos uma linha temporal do verdor com valores diarios de GC. Oitenta e dois por cento destas copas do dossel superior mostrou um claro episodio de rapido e massivo flush foliar (inclinacao suavizada do GC > 0,01/mes, sustentada por pelo menos 15 dias, culminando acima do 75o percentil dos valores diarios do GC) e 30% mostrou uma perda rapida e massiva de folhas (inclinacao suavizada do GC < -0,01/mes, sustentada por pelo menos 15 dias, atingindo valores abaixo do 25o percentil dos valores diarios do GC). O flush foliar foi fortemente concentrado nos cinco meses mais secos (50% de todas as copas) comparado com os cinco meses mais chuvosos (10% de todas as copas). Isto contradiz o recentemente proposto controle por fotoperiodo na fenologia foliar das arvores na regiao equatorial umida. Arvores com abrupta perda e emissao de folhas atingiram o seu verdor minimo 26 +/- 16 dias antes do verdor maximo, indicando que a perda de folhas foi um rapido preâmbulo para o flush foliar na estacao seca.
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