Manejo e monitoramento de impactos sobre o ecossistema em áreas protegidas de cerrado: estrutura da vegetação, gramíneas exóticas e incêndios

2019 
O Cerrado e a mais rica, talvez a mais ameacada savana do mundo, e apenas 3% de sua area esta protegida por lei. Estas sao areas extremamente valiosas e estrategicas para a conservacao do Cerrado, mas sofrem inumeras pressoes externas e internas. Entre as principais preocupacoes de manejo para as Unidades de Conservacao (UC) do Cerrado estao os incendios e a invasao biologica. Este trabalho investiga como a interferencia do manejo e a dinâmica do fogo e da invasao de gramineas exoticas alteram as fitofisionomias de cerrado, e se divide em capitulos que investigam respectivamente: 1) as dificuldades em se produzir um mapeamento de acuracia suficiente para subsidiar estudos de dinâmica da estrutura da vegetacao; 2) a eficacia do atual sistema de manejo do fogo e os desafios da gestao integrada de fogo nas duas ultimas decadas; 3) a invasao por gramineas exoticas e sua relacao com a topografia do terreno, trilhas e estradas dentro e no entorno da area de estudo. Foram utilizadas imagens Landsat 8, de um periodo de 5 anos a partir de 2013, e calculadas, para 5 diferentes intervalos de tempo – mensais, inter mensais, anuais, interanuais, quinquenais - conjuntos de metricas baseadas em 18 indices derivados de valores de refletância das bandas destas imagens alem dos proprios valores de refletância das bandas, dados amostrados em campo e classificacao semiautomatica para o mapeamento das classes de vegetacao do Parque Nacional das Emas (PNE). A partir de um modelo replicavel foi possivel elaborar um mapa com 89% de acuracia e nove classes de fitofisionomias diminuindo os custos e a subjetividade do trabalho manual de coleta de dados e correcoes a posteriori. Utilizando metricas elaboradas a partir de um modelo digital de elevacao e dados de presenca e ausencia de Urochloa sp em trilhas internas e ao longo das bordas da UC. Foram testados quatro modelos utilizando parâmetros morfometricos, distâncias a trilhas e estradas em contraste com a presenca ou ausencia da especie. Os resultados apontam para a importância das perturbacoes antropicas, topografia do terreno, e indicam que a forca da agua em seu escoamento superficial e bastante relevante no estabelecimento da especie em novas areas. Para entender o comportamento espacial e temporal do fogo no Parque Nacional das Emas (PNE) foi analisada a frequencia de queimadas para as diferentes fitofisionomias, a correlacao entre o numero de focos de calor e a extensao das cicatrizes e a influencia das variaveis ambientais (temperatura superficial do solo, precipitacao e acumulo de biomassa). Foram analisadas as cicatrizes de areas queimadas, focos de calor, variaveis climaticas – precipitacao pluviometrica e temperatura da superficie terrestre (°C) – superficie de biomassa seca e biomassa acumulada para areas queimadas e nao queimadas. O pico anual de focos de calor apontou com grande acuracia a ocorrencia de queimadas na area do PNE, o numero de focos se mostrou um bom indicador de ocorrencia e tamanho das cicatrizes, a extensao de area com biomassa seca em niveis ‘muito alto’ e ‘critico’ e um indicador de risco de grandes incendios e um razoavel preditor de areas que sirvam como bloqueio a propagacao de incendios. O atual plano de manejo de fogo atraves de aceiros e queima natural durante a estacao seca trouxe avancos para a prevencao de incendios, mas e necessario considerar o uso de queimadas controladas prescritas.
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